O que significa a bandeira tarifária na conta de luz?
Você sabia que a aplicação de uma bandeira tarifária pode deixar a sua conta de luz mais cara? Esse sistema foi instituído em 2015 e, desde então, alcança todos os consumidores residenciais e empresariais do Brasil.
Ao conhecê-lo, você entenderá como funciona e, principalmente, quais impactos causa nos seus custos. Desse modo, é possível buscar meios de economizar mesmo havendo essa cobrança extra.
Quer entender o que são as bandeiras tarifárias e como você pode usá-las a seu favor? Então, vamos nessa, que a Órigo descomplica para você!
O que são bandeiras tarifárias?
As bandeiras tarifárias são um sistema de categorias que indicam a ocorrência ou não de um aumento na conta de luz. Elas dependem da capacidade de produção energética do país e o acréscimo causado por elas é com base no seu consumo.
Em janeiro de 2015, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) criou o sistema de bandeira tarifária por meio da Resolução Normativa nº 547/13, com o intuito de acompanhar e auxiliar o país para que o desperdício de energia fosse evitado.
O objetivo da criação desse sistema também era prevenir uma possível falta de eletricidade decorrente da escassez das chuvas naquele ano, além do pouco acúmulo nos reservatórios das usinas hidrelétricas.
Como essas bandeiras acrescentam valores às tarifas de energia elétrica, elas ajudam a cobrir os custos de uma geração de energia mais cara. Isso é necessário porque como as hidrelétricas funcionam com mais dificuldade nesse período de seca, há a necessidade de acionar as usinas termoelétricas (queima de combustíveis fósseis para produzir energia).
Essas usinas costumam ter custos mais altos para produzir eletricidade, pois dependem de combustíveis e dos seus preços, além de necessitarem de manutenção frequente. Dessa forma, quando são acionadas, as despesas aumentam, sendo essa variação coberta pelos recursos obtidos por meio da tarifação adicional.
Quais são as cores das bandeiras tarifárias?
Existem três categorias de bandeiras tarifárias — e elas se parecem muito com as cores usadas nos semáforos: verde, amarelo e vermelho. Veja o que cada uma significa!
Bandeira verde
A bandeira tarifária verde indica que as condições para a geração de eletricidade no país estão ótimas. Quando ela está vigente, não há acréscimos na sua conta de luz. Portanto, você pagará apenas o valor estabelecido como “normal”, já que a produção de energia está favorável no país.
Bandeira amarela
A bandeira tarifária amarela indica que as condições de geração estão menos favoráveis do que o normal. Com isso, é preciso prestar atenção no seu consumo, que poderá ficar mais caro.
Já que essa bandeira tarifária serve como um sinal de alerta, o nível crítico dos reservatórios ainda não foi atingido. No entanto, ela indica que o consumo deverá ser mais consciente.
Em julho de 2024, essa bandeira representava um acréscimo de R$ 0,01885 por quilowatt-hora (KWh) consumido — ou um aumento de R$ 1,885 a cada 100 kWh na conta de luz.
Bandeira vermelha
A bandeira tarifária vermelha é a mais cara, indicando que as condições de geração de eletricidade estão comprometidas. Ela se divide em dois patamares principais, dependendo da gravidade da situação. Veja!
Vermelha patamar 1
Nesse patamar, a produção de energia no país se torna mais cara devido aos níveis mais baixos dos reservatórios hídricos. Como é preciso acionar as termelétricas para manter a oferta de energia para o país, os custos são repassados ao consumidor final.
Em julho de 2024, o valor extra do patamar 1 da bandeira tarifária vermelha era de R$ 0,04463 para cada kWh ou de R$ 4,463 para cada 100 kWh na conta.
Vermelha patamar 2
A bandeira tarifária vermelha no patamar 2 indica condições ainda mais críticas para a geração de energia. Nessas condições, o processo se torna ainda mais custoso, elevando o repasse para o consumidor.
Considerando os valores de bandeira tarifária em 2024, até julho o acréscimo era de R$ 0,07877 por kWh ou de R$ 7,877 por 100 kWh consumidos.
Bandeira preta
A bandeira tarifária preta também é conhecida como bandeira de escassez hídrica. Ela foi criada excepcionalmente em setembro de 2021, diante das condições totalmente desfavoráveis para a produção de energia nas hidrelétricas.
Até 2020 ela gerava um acréscimo de R$ 0,1420 por kWh, o que representava R$ 14,20 a mais a cada 100 kWh na conta.
As bandeiras ajudam o consumidor a entender de forma simples o seu consumo e o motivo da conta estar mais cara.
O sistema também serve para conscientizar grande parte da população sobre o consumo desenfreado, mostrando que o consumo mais racional e consciente também ajuda o meio ambiente em épocas de crise e escassez.
Como saber minha bandeira tarifária?
Para saber qual será a bandeira tarifária incidente sobre a sua conta de energia basta acompanhar as informações divulgadas pela própria ANEEL. Normalmente, a agência divulga no final do mês anterior se haverá acréscimo à conta de luz.
Essa decisão é feita com base nos níveis atuais dos reservatórios e nas projeções de chuvas, já que a maior parte da eletricidade brasileira é gerada pelas hidrelétricas. Em períodos de chuvas abaixo da média ou de calor atípico, por exemplo, a bandeira pode deixar de ser verde para cobrir eventuais custos.
Foi o que aconteceu em 2024. Após a bandeira verde ter sido mantida até junho, a ANEEL anunciou que em julho a bandeira tarifária seria a amarela. Com isso, a agência sinalizou a necessidade de economizar energia no período.
Você também pode encontrar informações da bandeira tarifária na sua conta de luz. A sua distribuidora informa a bandeira aplicada no período atual e, se a informação estiver disponível, qual será a classificação do mês seguinte.
Veja: Como entender a conta de luz
Como a bandeira tarifária impacta no valor da conta de luz?
Como você acompanhou, a incidência da bandeira tarifária faz com que todos os consumidores paguem mais por quilowatt-hora utilizado no mês. Com isso, a incidência de qualquer bandeira diferente da verde faz com que a conta de luz fique mais cara.
Imagine uma residência que consome 300 kWh em um mês com bandeira amarela. Considerando o custo previsto para 2024, esse consumidor pagará um adicional de cerca de R$ 5,67. Assim, quanto maior for o consumo, maior é o impacto no valor.
Vale notar que as empresas também são impactadas por esse sistema. Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mais da metade das indústrias reclamam dos altos custos da energia. Para 43%, o custo é alto ou muito alto.
O Sebrae também apresenta dados relevantes nesse sentido. Dependendo do tipo de negócio e do local de operação, o impacto do custo de eletricidade pode variar.
Em operações de fast food a energia pode representar de 6% a 8% da receita. No caso dos restaurantes que usam gás natural o valor passa para 1 a 2%. Porém, pequenas lojas que operam fora dos shopping centers podem ter de 15 a 20% da receita comprometida com esse custo.
Com a aplicação de bandeiras tarifárias que acrescentam custos a cada kWh consumido, a tendência é que as empresas sintam ainda mais os efeitos financeiros sobre as receitas.
Como economizar energia na bandeira amarela ou vermelha?
Para lidar melhor com os custos, especialmente quando a bandeira estiver amarela ou vermelha, é essencial saber como economizar para deixar a conta de luz mais barata. Para as pessoas, isso representa um alívio no orçamento, enquanto que para as empresas essa economia pode significar mais competitividade no mercado.
Veja as recomendações!
Casas e apartamentos
Para os consumidores em residências, algumas dicas incluem:
- utilize iluminação natural durante o dia, mantendo as lâmpadas desligadas;
- remova os aparelhos eletrônicos da tomada após o uso ou o carregamento, pois ele continuará usando energia se estiver conectado, mesmo que esteja carregado;
- evite banhos demorados para economizar energia e racionar o seu consumo de água, tornando-o mais consciente;
- saiba quais eletrodomésticos utilizar na hora de cozinhar e, assim como os aparelhos eletrônicos, desligue da tomada os que não forem usados.
Empresas
No caso das empresas também é possível adotar algumas medidas que permitem reduzir esse custo. Entre elas, estão:
- escolha bem os eletrônicos: prefira aqueles que são acompanhados do selo Procel ou da etiqueta do INMETRO, para que você possa identificar quais geram maior economia de energia;
- conheça o horário de pico da sua região: o período entre 17h e 22h corresponde ao horário em que o consumo de eletricidade atinge o seu ápice. Para evitar a concentração de uso nesse período, cada localidade estabelece um intervalo de três horas em que o valor da tarifa é mais elevado;
- saiba como ler o seu relógio medidor: dessa forma, você pode conferir e comparar com a leitura realizada pela sua distribuidora para garantir que os gastos estejam de acordo com as cobranças;
- mantenha a equipe engajada nesse objetivo: as pessoas são um fator de grande impacto em uma empresa e o comprometimento com uma causa em comum pode gerar uma grande economia;
- considere o uso de energia solar: a energia solar para empresas ajuda a diminuir o valor da conta de luz e você pode adquiri-la por meio de uma assinatura.
Para esta última dica, tanto empresas quanto residências podem se beneficiar da assinatura de energia solar. Ela é oferecida pela Acresce Energia, empresa que produz energia renovável por meio dos painéis instalados em suas fazendas solares. Essa energia é injetada na rede elétrica da distribuidora local que compartilha os créditos da energia gerada aos clientes, seja em suas casas, seus negócios ou apartamentos.
Os créditos de energia solar geram desconto na conta de luz todo mês. Além de pagar menos, essa é uma forma de fortalecer o mercado de energia solar e estimular a sustentabilidade.
Quer trazer essa solução para o seu negócio? Conheça a energia solar por assinatura da Acresce Energia e tenha descontos na sua conta de luz!